Olá.
Acho que os resultados apresentados como finais para as eleições europeias, estão errados por princípio. A abstenção não pode simplesmente ser apresentada como um número sem grande sentido, quase a parecer mais um partido político, e ficar por aí a análise. 63.05%, indica-nos um valor elevado, mas que percentagem foi afinal a atingida pelos partidos políticos?
Vamos às minhas contas...
PSD - 11, 71%
PS - 9,42 %
BE - 3,96 %
CDU - 3,94 %
PP - 3,09 %
(...)
Em suma, onde estão os motivos de festejo?
Durante toda a campanha, os vários protagonistas foram avisando que a abstenção é o pior inimigo, e não devemos deixar que decidam por nós, etc. E depois, conhecidos os resultados, temos festa rija a comemorar 11,71% de votos?
"Ah, mas o que conta são os que votam!". Pois, eu sei... mas então quem ganhou foi o nosso pior inimigo. Se o nosso inimigo ganhou, o que há a festejar?
Há sim, que repensar a estratégia. E será possível uma posição concertada das várias forças (ou fraquezas) políticas, com medidas conjuntas, bem pensadas e estruturadas de verdadeira motivação?
Por outro lado, também não acho que a não comparência à votação seja uma real forma de protesto. Não passa de uma desculpa para o laxismo a que se votam estas questões. É o mesmo princípio das greves. Uma falta ao trabalho, não deve ser camuflada com a designação de greve. Na minha opinião, a greve é ir para o local de trabalho e não trabalhar. Isso sim... Tal como ir às mesas de voto, agarrar no boletim e votar em branco... isso é protesto. Aí sim, havia muitas leituras políticas e sociais. Pegar na ideia do Saramago no seu Ensaio sobre a Lucidez.
Mas atentemos agora nos resultados das eleições. O PSD foi o partido mais votado, e concordo que seja uma forma encontrada pelos portugueses que se preocupam (essa reles minoria de pessoas que acham que podem mudar alguma coisa) de castigar o actual governo PS.
Mas será que isto é um prenúncio do que acontecerá nas legislativas? Não! Muito há a considerar. E os socialistas, magoados pela medalha de prata, irão motivar-se e responder à chamada partidária. Ou então não... e o meu redondo "não" anterior, perde todo o sentido.
Em suma, é altura de por as mãos na massa. Preocupem-se com mobilizar os portugueses, re-ganhando a credibilidade que a classe política perdeu. Se a política é a "arte ou ciência da organização, direção e administração de nações", então venham os artistas, que de artolas estamos fartos.
Que o panão esteja convosco.
Eleicoisas Europeias
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